Gestão e Arte: dois temas que me atraem, e há tempos venho refletindo sobre como unir estes dois conceitos fundamentais na expansão do ser humano em busca da sabedoria. Gestão é o conjunto de ações que conduzem um sistema a alcançar um resultado.
Um sistema, por sua vez, é um conjunto de partes interligadas no qual existe, ou deveria existir, uma função. Arte, no meu entendimento, é o produto e também o seu processo gerador, em que qualquer tipo de conhecimento é usado para realizar determinadas habilidades. Neste sentido, viver, conhecer e trabalhar já seria arte. Há quem fale que tudo na vida é arte, sendo mais fácil conceituar, então, o que seria o artista. Acredito que arte é, sim, qualquer processo e/ou produto do ser humano, mas feito com a intenção de busca do equilíbrio pensar-sentir do artista, gerando algum tipo de emoção no outro.
Assim, fazer um bom trabalho de gestão, por exemplo, já seria uma obra de arte. São dignos de aplausos os trabalhos de melhoria gerencial que empresas privadas e públicas empreendem em busca da evolução do cenário de negócios em que atuam. Alguns com teor de obra-prima: vide os verdadeiros milagres gerenciais pelos quais alguns governos estaduais no Brasil vêm passando. Mas, e se fôssemos além e buscássemos alguma forma de colocar na gestão esta arte em que, além da razão, houvesse um equilíbrio com os sentimentos das pessoas envolvidas? Pois bem, esta é a Gestão do Equilíbrio em que pessoas e resultados são tratados da mesma forma. E agora, será que podemos dizer que existem muitas obras-primas de gestão difundidas no mercado?
Intitulo este artigo usando o neologismo Marteking, onde brinco com o famoso marketing –mercado em movimento– e a abordada Arte. No Marteking, mais do que os famosos quatro Ps (Produto, Preço, Praça e Promoção), conceitos como experiência, emoção, sentimento e recordação são pilares fundamentais. E valendo-se do equilíbrio defendido acima, proponho o próprio modelo racional dos 4 Ps para enquadrarmos os aspectos subjetivos da arte. Sendo assim, Produto vai além do conteúdo: é também o design e a experiência proporcionada pela sua utilização, impactando os cinco sentidos do usuário. Preço por sua vez, pode ser chamado de investimento, ou mesmo ticket de entrada, afinal produto-arte tem ares de espetáculo. Praça é Palco: mais do que um canal de vendas, é comodidade e conforto para o cliente. É fato: um bom espetáculo pode ser minado por um auditório com problemas de acesso e acomodação dos espectadores. E, finalmente, a Promoção. Aqui temos grande sinergia com a Arte. Afinal, existe seara mais fértil do que o mundo da propaganda, da publicidade, das relações públicas e do marketing direto para fazer arte? Recentemente, em uma sala de reuniões da alta administração de uma grande empresa, vi quadros feitos com pedaços de fotografias dos seus produtos, e rasgados! Primeiramente, um susto: seria aquilo anti-marketing? Mas, deixando a razão de lado, o lado direito do cérebro logo percebeu um mosaico bastante criativo, motivo pelo qual tive a idéia de escrever este artigo.
Sabemos que o foco do marketing deve estar nas expectativas dos clientes. Sam Walton, fundador do Wal Mart, certa vez afirmou que clientes podem demitir todos de uma organização, do alto executivo para baixo, simplesmente gastando o seu dinheiro em outro lugar. A decisão dos clientes, por sua vez, é baseada cada vez mais em relação ao valor, diferença entre benefícios e custos. E os mesmos possuem aspectos cada vez mais subjetivos, como o benefício de imagem pessoal no uso do produto, e os custos psíquicos, como o impacto sócio-ambiental, por exemplo. É nesses aspectos subjetivos que a arte aumenta essa relação entre benefício e custo, indo além de aspectos funcionais do produto, promovendo prazeres sensoriais, sociais, psicológicos e até mesmo ideológicos.
As pessoas falam o que elas pensam, mas fazem o que elas sentem. Na decisão por produtos, não poderia ser diferente. Quando as empresas usarem menos as pesquisas demográficas e passarem a prestar mais atenção nos sentimentos das pessoas reais, do dia-a-dia, grandes avanços de inovação e rentabilidade do negócio podem ser alcançados. Por isso, defendo a importância da valorização da experiência nos negócios, pois o resultado final de uma experiência de serviço total é um sentimento, e é ele que move as pessoas, não a razão. E o mundo das artes está aí cheio de opções para apoiar tomadores de decisão a tocar mais o coração dos “espectadores do seu negócio”. Um exemplo claro disto é o iPod, que tem “genéricos” que custam bem menos, mas detém 70% de market share no mundo e 90% nos EUA. Isso mostra que há uma relação quase sentimental entre os usuários e o aparelho.
Bem, independentemente do setor de atuação, convido o leitor a buscar reconhecer um quê de arte no seu trabalho. Sim, isto é possível, e ouso dizer que todos nós temos um artista criativo internamente querendo expor seus conhecimentos e conflitos. Experimente um pouco, de leve, e você pode se surpreender. Saúde e sucesso, hoje e sempre!
Por: André Dametto
André Dametto atua como Professor, Coach e Consultor de Empresas www.andredametto.com.br
Um sistema, por sua vez, é um conjunto de partes interligadas no qual existe, ou deveria existir, uma função. Arte, no meu entendimento, é o produto e também o seu processo gerador, em que qualquer tipo de conhecimento é usado para realizar determinadas habilidades. Neste sentido, viver, conhecer e trabalhar já seria arte. Há quem fale que tudo na vida é arte, sendo mais fácil conceituar, então, o que seria o artista. Acredito que arte é, sim, qualquer processo e/ou produto do ser humano, mas feito com a intenção de busca do equilíbrio pensar-sentir do artista, gerando algum tipo de emoção no outro.
Assim, fazer um bom trabalho de gestão, por exemplo, já seria uma obra de arte. São dignos de aplausos os trabalhos de melhoria gerencial que empresas privadas e públicas empreendem em busca da evolução do cenário de negócios em que atuam. Alguns com teor de obra-prima: vide os verdadeiros milagres gerenciais pelos quais alguns governos estaduais no Brasil vêm passando. Mas, e se fôssemos além e buscássemos alguma forma de colocar na gestão esta arte em que, além da razão, houvesse um equilíbrio com os sentimentos das pessoas envolvidas? Pois bem, esta é a Gestão do Equilíbrio em que pessoas e resultados são tratados da mesma forma. E agora, será que podemos dizer que existem muitas obras-primas de gestão difundidas no mercado?
Intitulo este artigo usando o neologismo Marteking, onde brinco com o famoso marketing –mercado em movimento– e a abordada Arte. No Marteking, mais do que os famosos quatro Ps (Produto, Preço, Praça e Promoção), conceitos como experiência, emoção, sentimento e recordação são pilares fundamentais. E valendo-se do equilíbrio defendido acima, proponho o próprio modelo racional dos 4 Ps para enquadrarmos os aspectos subjetivos da arte. Sendo assim, Produto vai além do conteúdo: é também o design e a experiência proporcionada pela sua utilização, impactando os cinco sentidos do usuário. Preço por sua vez, pode ser chamado de investimento, ou mesmo ticket de entrada, afinal produto-arte tem ares de espetáculo. Praça é Palco: mais do que um canal de vendas, é comodidade e conforto para o cliente. É fato: um bom espetáculo pode ser minado por um auditório com problemas de acesso e acomodação dos espectadores. E, finalmente, a Promoção. Aqui temos grande sinergia com a Arte. Afinal, existe seara mais fértil do que o mundo da propaganda, da publicidade, das relações públicas e do marketing direto para fazer arte? Recentemente, em uma sala de reuniões da alta administração de uma grande empresa, vi quadros feitos com pedaços de fotografias dos seus produtos, e rasgados! Primeiramente, um susto: seria aquilo anti-marketing? Mas, deixando a razão de lado, o lado direito do cérebro logo percebeu um mosaico bastante criativo, motivo pelo qual tive a idéia de escrever este artigo.
Sabemos que o foco do marketing deve estar nas expectativas dos clientes. Sam Walton, fundador do Wal Mart, certa vez afirmou que clientes podem demitir todos de uma organização, do alto executivo para baixo, simplesmente gastando o seu dinheiro em outro lugar. A decisão dos clientes, por sua vez, é baseada cada vez mais em relação ao valor, diferença entre benefícios e custos. E os mesmos possuem aspectos cada vez mais subjetivos, como o benefício de imagem pessoal no uso do produto, e os custos psíquicos, como o impacto sócio-ambiental, por exemplo. É nesses aspectos subjetivos que a arte aumenta essa relação entre benefício e custo, indo além de aspectos funcionais do produto, promovendo prazeres sensoriais, sociais, psicológicos e até mesmo ideológicos.
As pessoas falam o que elas pensam, mas fazem o que elas sentem. Na decisão por produtos, não poderia ser diferente. Quando as empresas usarem menos as pesquisas demográficas e passarem a prestar mais atenção nos sentimentos das pessoas reais, do dia-a-dia, grandes avanços de inovação e rentabilidade do negócio podem ser alcançados. Por isso, defendo a importância da valorização da experiência nos negócios, pois o resultado final de uma experiência de serviço total é um sentimento, e é ele que move as pessoas, não a razão. E o mundo das artes está aí cheio de opções para apoiar tomadores de decisão a tocar mais o coração dos “espectadores do seu negócio”. Um exemplo claro disto é o iPod, que tem “genéricos” que custam bem menos, mas detém 70% de market share no mundo e 90% nos EUA. Isso mostra que há uma relação quase sentimental entre os usuários e o aparelho.
Bem, independentemente do setor de atuação, convido o leitor a buscar reconhecer um quê de arte no seu trabalho. Sim, isto é possível, e ouso dizer que todos nós temos um artista criativo internamente querendo expor seus conhecimentos e conflitos. Experimente um pouco, de leve, e você pode se surpreender. Saúde e sucesso, hoje e sempre!
Por: André Dametto
André Dametto atua como Professor, Coach e Consultor de Empresas www.andredametto.com.br
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